Lula (Foto: Reprodução)

“Daqui para frente, não dá para discutir política nesse país se a gente não colocar na pauta a questão do povo negro, a questão do jovem negro, a questão da mulher negra”, disse o petista em discurso

247 – O ex-presidente Lula esteve na Bahia nesta quinta-feira (26), como última etapa de sua viagem pelo Nordeste, e se encontrou com o movimento negro do estado.

Em discurso, o petista afirmou que, se eleito, os negros “não serão apenas consultados”, mas “vão montar a estrutura” do seu governo. “Daqui para frente, não dá para discutir política nesse país se a gente não colocar na pauta a questão do povo negro, a questão do jovem negro, a questão da mulher negra, se a gente não colocar na pauta a questão dos índios, se a gente não colocar na pauta a questão das mulheres e das mulheres negras, se a gente não colocar na pauta a questão dos LGBTs”.

“Nós temos que mudar efetivamente a forma de enxergar as soluções do Brasil, porque toda a estrutura de governança do Brasil e toda a estrutura das instituições foi feita há muitos anos por uma elite, e quando eles fizeram isso só podia votar quem tinha propriedade de terra, salário alto, diploma universitário”, acrescentou.

Evangélicos

O ex-presidente, em certa altura de seu pronunciamento, direcionou suas palavras aos evangélicos, público que sustenta, em parte, o governo Jair Bolsonaro. “Queria falar ao meu companheiro evangélico e às nossas queridas representantes das religiões de matriz africana. Eu, como cidadão brasileiro, tenho minha religião. Todo mundo sabe que sou católico, mas enquanto candidato ou presidente da República, todas as religiões desse país serão tratadas com a maior decência, com o maior respeito e eu jamais, jamais, enquanto governo irei permitir o autoritarismo de uma religião sobre a outra”.

“Eu não acredito que o genocida [Bolsonaro] seja religioso. Eu não acredite que ele acredite em religião, não acredito que ele acredite em Deus. Deus simboliza o amor, a bondade, a fraternidade, um ser humano carinhoso, e eu não posso admitir que o Deus do Bolsonaro seja esse que nós gostamos e amamos”, disse ainda o petista.

Fome e pobreza

Lula também falou sobre a inflação que incide sobre o Brasil e atinge principalmente a parte pobre do país. “O Brasil precisa enfrentar a fome e acabar com a fome do povo. Não é possível o quilo de carne estar impossível de o povo comprar. Não é possível a inflação estar corroendo as pessoas mais pobres desse país, não é possível a gasolina ter aumentado 73%. Vão aumentar a gasolina outra vez, a eletricidade. Sabe o que o Guedes disse? ‘Que aumente, não tem jeito, tem que aumentar’, porque certamente ele não paga energia elétrica, e nós estamos vendo ele privatizar a Eletrobrás, o Correio, a Petrobras. E eles sabem que não só nós vamos cuidar do povo pobre desse país, como sabem que vamos rever muitas das safadezas que eles estão fazendo com as empresas públicas brasileiras”.

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