:: ‘Política’
‘Balneário Camboriú precisa de limpeza espiritual após encontro de terraplanistas’, diz Paulo Teixeira
Ministro comentou a Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC) Brasil, que reuniu Jair Bolsonaro e Javier Milei, além de outras figuras da extrema-direita
247 – O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, foi às redes sociais neste domingo (7) criticar a Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC) Brasil, que ocorre neste final de semana na cidade catarinense de Balneário Camboriú.
O titular da pasta classificou em postagem na rede social X (antigo Twitter) a reunião da extrema-direita regional como um “encontro de celerados, terraplanistas, negacionistas”. “O balneário de Camboriú em Santa Catarina, já foi melhor frequentado. Sediou, neste final de semana, um encontro de celerados, terraplanistas, negacionistas. A cidade precisa de uma limpeza espiritual, a favor dos legítimos frequentadores do balneário”, escreveu o ministro.
A CPAC Brasil, anunciada como o primeiro grande comício de oposição na campanha para as eleições municipais de outubro, também serviu para unir líderes de extrema-direita nas Américas, com a presença de Jair Bolsonaro, o presidente argentino, Javier Milei, e do ex-candidato presidencial chileno José Antonio Kast.
247
Indiciado como ladrão de joias, Bolsonaro aposta em Kassio Nunes e André Mendonça para reverter sua inelegibilidade
Ex-presidente é acusado de vários crimes, mas ainda não perdeu a esperança de retornar ao poder
247 – Durante o encerramento do primeiro dia da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) Brasil, encontro de lideranças fascistas do Brasil e de outros países, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não recuará frente às investigações que o envolvem. Apesar de estar atualmente inelegível até 2030 por abuso de poder político e econômico, ele expressou otimismo quanto a mudanças no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a formação de uma forte bancada parlamentar, elementos que considera essenciais para um “futuro melhor”. Bolsonaro colocou suas esperanças em Kássio Nunes, seguindo a recente substituição de Alexandre de Moraes por André Mendonça no TSE, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ele mesmo.
“Temos eleições neste ano, votem com a razão e não com o coração ou emoção. Porque a composição do TSE vai mudar, já mudou, se tivermos uma grande bancada em 2026 pode ter certeza que a gente faz pelo Parlamento, não pela canetada, uma história melhor para todos nós”, disse ele.
A Polícia Federal entregou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal o relatório da investigação que indiciou Bolsonaro e mais 11 pessoas no caso das joias sauditas, informou a Agência Brasil. A entrega foi realizada pessoalmente por representantes da corporação no protocolo de processos da Corte. O inquérito detalha o funcionamento de uma organização criminosa que teria sido estabelecida para desviar e vender presentes de autoridades estrangeiras durante o governo Bolsonaro. Entre os indiciados estão figuras próximas ao ex-presidente, como o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general de Exército Mauro Lourenna Cid, além dos advogados Fábio Wajngarten e Frederick Wassef.
Gleisi: ‘indiciamento de Bolsonaro pela PF no caso das joias é mais um passo na busca da verdade e da Justiça’
‘Não tente desviar as atenções falando mentiras sobre um presidente e um governo que estão consertando o que você destruiu’, afirmou a presidente do PT
“O indiciamento de Jair Bolsonaro pela PF no caso das joias, é mais um passo na busca da verdade e da Justiça. É apenas uma das muitas contas que ele terá de prestar pelos crimes que cometeu contra o país. O inelegível anda nervosinho nas redes sociais. Não tente desviar as atenções falando mentiras sobre um presidente e um governo que estão consertando o que você destruiu”, escreveu a parlamentar.
Conforme regras do Tribunal de Contas da União (TCU), os presentes de governos estrangeiros deviam ser incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), setor da Presidência da República responsável pela guarda dos presentes, que não poderiam ficar no acervo pessoal de Bolsonaro.
No entanto, segundo as investigações, desvios começaram em meados de 2022 e terminaram no início do ano passado. As vendas eram operacionalizadas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid.
Ao todo, a PF também indiciou mais 11 investigados, entre eles Mauro Cid, o pai dele, general de Exército Mauro Lourenna Cid, Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro, e o advogado do ex-presidente, Frederick Wasseff.
Pelas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro criticou o indiciamento do pai e acusou a PF de perseguição. “A perseguição a Bolsonaro é declarada e descarada! Alguém ganha um presente, uma comissão de servidores públicos decide que ele é seu. O TCU questiona e o presente é devolvido à União. Não há dano ao erário! Aí o grupo de PFs, escalados a dedo pra missão, indicia a pessoa”, escreveu.
O advogado de Bolsonaro e ex-secretário do governo do ex-presidente Fábio Wajngarten também foi indiciado. Em nota, ele considerou ilegal seu indiciamento pela PF. Wajngarten disse que tomou conhecimento do caso das joias pela imprensa e, na condição de defensor, orientou a entrega dos itens ao TCU.
“Portanto, a iniciativa da Polícia Federal de pedir meu indiciamento no caso dos presentes recebidos pelo ex-presidente é arbitrária, injusta e persecutória. É uma violência inominável e um atentado ao meu direito de trabalhar”, afirmou (com informações da Agência Brasil).
“Teologia do domínio é mais perigosa para democracia que bolsonarismo”, diz historiador
João Cezar de Castro Rocha afirma que manifestação bolsonarista escancarou projeto de submeter Estado à religião cristã
Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Ricardo Terto, da Agência Pública – Em meio ao avanço de investigações da Polícia Federal sobre as suspeitas de um plano de golpe de Estado por parte de Jair Bolsonaro e seus aliados, o ex-presidente reuniu milhares de apoiadores na avenida Paulista no dia 25 de fevereiro. Para o historiador e professor de literatura comparada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) João Cezar de Castro Rocha, no futuro os historiadores verão essa manifestação como um momento sintomático de algo que há muito tempo se articula nos bastidores: pela primeira vez, tornou-se explícito o projeto da teologia do domínio.
No episódio 109 do podcast Pauta Pública, o professor explica as dimensões religiosas da manifestação bolsonarista. Segundo Castro Rocha, a teologia do domínio usada nos discursos de Michelle Bolsonaro e Nikolas Ferreira foi desenvolvida nos Estados Unidos e, recentemente, adotada no Brasil. Ela é a base da doutrina de várias igrejas, como a da Lagoinha, diz o professor.
O historiador explica que a declaração de Michelle Bolsonaro foi flagrantemente inconstitucional e representa uma enorme ameaça. “Eles não estão brincando, os evangélicos estão de fato partindo para o momento em que a teologia do domínio tentará chegar ao poder político”, afirma. Para ele, a democracia corre o risco de se transformar numa distopia teonomista, ou seja, que pretende subordinar toda a vida à religião.
[Andrea Dip] A teologia do domínio tem aparecido nos congressos de extrema direita em todo o mundo. Ou seja, a religião cristã é posta como uma verdade absoluta. E tem um outro movimento que a Michelle Bolsonaro encarna perfeitamente – que o bolsonarismo tem tentado vender –, o Mulheres com Bolsonaro. Como você vê isso e qual é a importância da Michelle para o bolsonarismo?
Partindo do princípio da ideia da teologia do domínio em algumas passagens da Bíblia, no Antigo Testamento, Gênesis, capítulo 1, versículo 27, diz: “Criou Deus o homem e a sua imagem, a imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou”. Agora o versículo seguinte, fundamental para a discussão: “Deus os abençoou e lhes disse, sejam férteis e multipliquem-se. Encham e subjulguem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra’”.
Porém a tradução foi fundamental, é o monumento da literatura ocidental. É da tradução da Bíblia, patrocinada pelo rei James, que vem a ideia, no capítulo 1, versículo 28, de uma leitura literal da passagem, especialmente na parte “have dominion over”. O que se entende é que todos aqueles eleitos por Deus devem ter domínio sobre tudo, especialmente na condução do Estado.
Essa teologia foi desenvolvida inicialmente nos Estados Unidos e recentemente foi adotada no Brasil. Ela está na base da doutrina da Igreja da Lagoinha, onde Nikolas Ferreira (PL-MG) professa sua fé. A teologia do domínio está na base de outras igrejas que contaminaram as concepções de Damares Alves e Michelle Bolsonaro. Quando Michelle diz que chegou a hora da libertação, o que ela está dizendo é: chegou a hora do Estado civil subordinar-se à fé, não à espiritualidade, mas à crença deles. Pensando nisso, no nosso país tudo começa a ficar bastante claro e muito preocupante, muito preocupante.
Nós não podemos, em relação à teologia do domínio, fazer como fizemos com Jair Bolsonaro. Não podemos reduzir essa teologia a uma caricatura do programa CQC, uma caricatura do sofá da Luciana Gimenez no programa Super Pop. A teologia do domínio é muito mais perigosa do que Bolsonaro.
Essa teologia foi desenvolvida inicialmente nos Estados Unidos e recentemente foi adotada no Brasil. Ela está na base da doutrina da Igreja da Lagoinha, onde Nikolas Ferreira (PL-MG) professa sua fé. A teologia do domínio está na base de outras igrejas que contaminaram as concepções de Damares Alves e Michelle Bolsonaro. Quando Michelle diz que chegou a hora da libertação, o que ela está dizendo é: chegou a hora do Estado civil subordinar-se à fé, não à espiritualidade, mas à crença deles. Pensando nisso, no nosso país tudo começa a ficar bastante claro e muito preocupante, muito preocupante.
Nós não podemos, em relação à teologia do domínio, fazer como fizemos com Jair Bolsonaro. Não podemos reduzir essa teologia a uma caricatura do programa CQC, uma caricatura do sofá da Luciana Gimenez no programa Super Pop. A teologia do domínio é muito mais perigosa do que Bolsonaro.
Na primeira etapa, dizia o Gary North, como a liberdade de culto é assegurada, vamos expandir o número dos fiéis e propagar a nossa doutrina. Quando o número for suficiente para interferir na vida política, o faremos. É o que aconteceu no Brasil. Em 1977 a Igreja Universal do Reino de Deus é criada e, como eu disse anteriormente, em 1988, a Constituição Federal é promulgada com o Estado laico.
Agora vamos pular no tempo: em 2008 foi lançado o livro de Edir Macedo. O livro tem como base teórica Thomas Hobbes e o Antigo Testamento, porque Deus, diz Edir Macedo, é um estadista, Deus é, sobretudo, um gestor da coisa pública. Na última página do livro, Edir Macedo esclarece o potencial que tem um Estado adormecido e chama a atenção do leitor para que não deixe essa “potencialidade” ser desperdiçada.
Para compreender essa questão, podemos citar o seu livro A bancada evangélica e seu projeto de poder. No depoimento do senador Haroldo Oliveira (– que eu considero um dos mais preciosos jamais feitos para compreender essa questão –,ele diz que, em 2018, os evangélicos seriam um terço da população do Brasil. É um público relevante na sociedade. Haroldo também diz que a Igreja Universal foi a primeira a ter consciência política logo depois da Constituinte e elegeu os seus representantes para a Câmara dos Deputados.
Um ano depois dessa entrevista, pela primeira vez na história os evangélicos elegeram um presidente da República. A diferença de votos evangélicos dados para Jair Messias Bolsonaro e Fernando Haddad é a diferença de votos que o levou à vitória. A primeira vez que isso aconteceu na política brasileira numa eleição presidencial foi em 2002. Ganhou a eleição o presidente Lula, em segundo lugar ficou José Serra, em terceiro lugar, de maneira surpreendente, o Anthony Garotinho, que obteve 10% dos votos em todo o Brasil em 2002. Eram votos majoritariamente evangélicos.
O Anthony Garotinho foi de fato o primeiro político a compreender que os evangélicos levariam um candidato à Presidência. Em 2018 isso se materializou. Agora eles já não são mais minoria, estamos na segunda etapa do projeto do Gary North. A declaração de Michelle Bolsonaro é flagrantemente inconstitucional, mas ela é, sobretudo, uma enorme ameaça. Eles não estão brincando, os evangélicos estão de fato partindo para o momento em que a teologia do domínio tentará chegar ao poder político. Nada pode ser mais perigoso do que isso. Isso é mais perigoso para a democracia brasileira do que o bolsonarismo. Se é que isso é possível de acreditar.
[Clarissa Levy] Eu queria emendar uma pergunta exatamente sobre isso que você está falando, como essa extrema direita no Brasil tem os pés absolutamente fincados na religião. A teologia do domínio que o senhor menciona abarca um projeto de nacionalismo cristão? De que maneira você acha que vamos ver isso nas eleições municipais?
O nacionalismo cristão também é um movimento norte-americano, assim como o sionismo cristão. No Brasil, há uma mescla, às vezes de difícil distinção, entre o nacionalismo e o sionismo cristão – que teve como um dos líderes no Brasil um dos mais importantes propagadores do sionismo cristão, o Márcio Valadão, criador da Igreja da Lagoinha, e hoje tem seu filho, André Valadão, como líder. André Valadão, que há dois ou três meses, num culto de sua igreja nos Estados Unidos, na Flórida, disse com todas as palavras que, se fosse necessário para “resolver o problema LGBT”, os fiéis deveriam agir. Essa declaração foi uma coisa absolutamente espantosa, mas muito reveladora do que é de fato a teologia do domínio e o nacionalismo cristão.
Para André Valadão, o nacionalismo cristão de Nikolas Ferreira, de Damares Alves, de Michelle Bolsonaro não o inclui. É como se ele não fosse digno deste nacionalismo cristão que eles defendem. Isso é muito perigoso, mas ajuda a compreender algo da fala de Michelle Bolsonaro e nos permite ir ainda mais longe.
Passo a passo, a Michelle Bolsonaro, logo depois de dizer que houve o equívoco de separar religião e política, o que ela basicamente quis dizer é que ela pretende voltar ao século XVII, que é a monarquia absoluta e direito divino. Ela usou a categoria do mal, “o mal dominou”, “o mal ocupou o terreno”, e o mal é uma das mais importantes e fascinantes categorias filosóficas e teológicas. É uma questão filosófica de enorme importância, uma questão teológica central. Crime e castigo, de Dostoiévski, é uma reflexão profunda sobre a presença do mal no cotidiano.
Na esfera da política, o mal é uma categoria absolutamente inadequada. Porque, toda vez que eu falo em mal, eu tenho que supor o bem, e, se de fato existe o bem supremo, o mal absoluto não pode senão ser negado ou rejeitado, se possível, eliminado.
A política é a esfera da negociação, é importante recuperar a palavra. Negociação não é negociata. A política só faz sentido porque na pólis convivem diversos, que não são necessariamente opostos, mas diversos. A política é sobretudo a arte de falar, mas especialmente de escutar o outro, implica a negociação, a concessão. Mas não há política, cotidiano, nenhum de nós seria capaz de ter uma relação com um companheiro, com uma companheira, com um filho, se nós não fizermos concessões. Só é possível fazer concessão se eu reconheço a plena dignidade do outro. Mas se o outro, aquele que é diverso de mim, aquele que não é meu espelho, não tem dignidade, eu nunca vou fazer concessão.
Quando Michelle Bolsonaro traz para a esfera da política a categoria do mal, é uma indicação precisa de que se trata de uma distopia. Usando as palavras corretas, é uma distopia teocrática, fundamentalista. No termo correto derivado da teologia do domínio, teonomista – Teo em grego Deus, nomos, ordem, lei.
É uma distopia teonomista porque é uma distopia que pretende subordinar toda a nossa vida à religião. Mas vou repetir, não é subordinar a vida à espiritualidade, mas à religião tal qual eles professam. Isso ajuda a entender um fenômeno desta manifestação do dia 25 de fevereiro. Salvo o engano, eu não me lembro de escutar o nome de Jesus, as referências eram todas do Antigo Testamento.
A Igreja Universal do Reino de Deus surge em 1977, é a Igreja do Cristo e é a mensagem do Cristo, sobretudo. Nos últimos 15, 20 anos, em todo o mundo, nas igrejas neopentecostais que favorecem o nacionalismo cristão, o sionismo cristão ou a teologia do domínio, muitas vezes mesclando essas teorias, há uma transferência teológica muito reveladora. Mas o motivo de ser o Antigo Testamento é porque não é possível encontrar no Novo Testamento nenhuma passagem que favoreça um projeto político. Afinal, Jesus foi muito claro: “A César, o que é de César, ao Senhor, o que é do Senhor”. Poder temporal, poder espiritual. O reino de Deus não se confunde com o reino de césares.
Além do mais, não é possível pensar no Novo Testamento e ter a intolerância implícita na teologia do domínio. Quando um gentio qualquer busca a Cristo para salvação ou para cura de alguma enfermidade, Cristo sempre atendeu. Quando eles criticam dizendo mas é um gentio – ou seja, um não judeu –, Cristo respondeu: mas ele me procurou com fé no coração. O cristianismo como religião só se tornou possível quando Paulo desenvolveu a ideia de que é possível ser cristão sem necessitar a circuncisão, o que quase levou Paulo à morte num debate no templo. Em outras palavras, é possível ser cristão não sendo judeu. Nesse momento surge o princípio básico da Igreja Católica; em latim, catolicus é universal e ecumênico, depende da fé que você tem no coração. Isso implica dizer que você não é necessariamente uma exclusividade, não é apenas uma doutrina que não aceite nenhuma outra.
O Antigo Testamento, buscado pela teologia do domínio, não é um Antigo Testamento como um todo. Isso faz a diferença, não é de Moisés, que recebe a Tábua das Leis no monte Sinai; não é de José, que, tendo sido vendido pelos irmãos, quando tem a chance de se vingar, perdoa. Em uma das mais bonitas cenas do Antigo Testamento, ele perdoa os irmãos e reúne a sua família numa espécie de imagem do futuro Cristo que também perdoa. Há muitos exemplos no Antigo Testamento, mas o que foi dito no dia
25 de fevereiro pela mescla de locutor de rodeio e pastor, antes de passar a palavra ao ex-presidente foi: Deus não evitou que Golias enfrentasse a Davi. Em seguida, ele disse “e agora eu chamo o mito Jair Messias Bolsonaro”.
Nesse momento temos a ponte, Davi para Bolsonaro, do pecador ungido para o mito igualmente ungido. Mas por que Davi? É um fenômeno que faz parte da teologia do domínio. Um fenômeno que não é brasileiro.
Trump é Davi, Bolsonaro é Davi, Milei é Davi. Porque Davi aqui é privilegiado, não é o menino que derrota Golias, que vence a força bruta com a inteligência e a astúcia. Aqui é o rei Davi, um modelo do pecador ungido, porque ele é o senhor das armas, ele é o rei de batalhas, ele é o senhor de um império, mas depois ele se arrepende, torna-se outro. Davi é abraçado pela teologia do domínio. Em outras palavras, Trump, Milei e Jair Bolsonaro, pouco importa os pecados que cometam, eles são ungidos.
Colaboração: Ana Alice de Lima
Gleisi cobra ação do Senado após BC decidir manter juros mais altos do planeta
Presidente do PT afirmou que o Banco Central de Roberto Campos Neto sabota a economia do País
247 – A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi às redes sociais manifestar sua indignação após o Banco Central decidir, mais uma vez, manter a taxa básica de juros em 13,75%, apesar dos indicadores que apontam para uma redução na inflação. O Brasil possui o juro real mais elevado do mundo.
A dirigente cobrou uma ação do Senado para analisar a remoção de executivos da autoridade monetária, que, segundo ela, atua para sabotar a economia de forma proposital. “Não há mais como tolerar esta situação. O certo é a saída desse pessoal”, disse Gleisi em uma postagem.
O patamar do índice encontra-se alto e na contramão do cenário econômico, com expectativa de alta no Produto Interno Bruto (PIB) e de queda na inflação. No entanto, o BC nem sequer indicou claramente que mudará os rumos da política monetária, insistindo no caminho do aperto.
A Lei Complementar 179/2021 estabelece que cabe ao Conselho Monetário Nacional (CMN) uma das poucas modalidades que poderiam levar à queda do comando da instituição. Integram o CMN, além de Campos Neto, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento).
A legislação estabelece que o presidente e os diretores podem ser exonerados “quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central”. Em 2022, a inflação no País ficou acima da meta da instituição pelo segundo ano consecutivo. Neste caso, o CMN deveria submeter ao presidente da Lula a proposta de exoneração, cuja aprovação, dependeria de maioria absoluta no Senado.
Está na hora do Senado agir, com os poderes que a lei confere, para cobrar Campos Neto e a diretoria bolsonarista do Banco Central. Sabotam a economia e atuam propositalmente contra o país. Não há mais como tolerar esta situação. O certo é a saída desse pessoal.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) June 21, 2023
247
Lira mostra força e Câmara pressiona Lula por espaços para PP, Republicanos e até PL
Quase seis meses após tomar posse, o presidente Lula (PT) assistiu nos últimos dias à demonstração mais contundente de insatisfação da Câmara dos Deputados com o governo e correu o risco de ver boa parte do desenho que fez para os seus ministérios ser apagado.
A medida provisória que reestrutura o governo federal foi aprovada na noite de quarta-feira (31), após ameaça dos deputados de derrotarem a MP diante da insatisfação generalizada com a articulação política do Planalto.
Na avaliação de parlamentares ouvidos pela reportagem, esse momento pode ter representado um divisor de águas na relação do governo com a Câmara.
Os próximos passos, segundo deputados e integrantes do governo, definirão a relação que Lula terá com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
O Palácio do Planalto sabe que hoje não tem votos suficientes para aprovar medidas de interesse sem a influência do presidente da Câmara.
Segundo Lira e o próprio Lula, o Planalto tem asseguradas cerca de 130 de 513 cadeiras no plenário –embora a base com partidos que integram o governo seja maior.
De agora em diante, avaliam deputados, Lula terá de agir para reparar as arestas em sua articulação política e dar celeridade à liberação de emendas e nomeações de cargos regionais –as duas principais demandas dos congressistas– sob pena de sofrer mais derrotas na Casa.
Para além disso, um pedido recorrente de parlamentares é por prestígio e para que Lira seja mais empoderado.
Isso significa também abrir espaço na máquina federal para outras legendas, como PP, Republicanos e até o PL, que apoiaram a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2022 –alguns no primeiro, outros no segundo escalão.
A hipótese foi aventada pelo próprio Lira. Em entrevista à GloboNews na quinta-feira (1º), o parlamentar afirmou que o governo federal se predispôs a montar a sua base parlamentar dando ministérios para partidos que o apoiaram na campanha, além de MDB, PSD e União Brasil –e defendeu ser lógico que essa alternativa possa ser usada a outras legendas no intuito de aumentar a base.
Deputados do centrão e aliados do petista afirmam ainda considerar ser inevitável mudanças no ministério, mesmo pontuais, depois do recesso parlamentar, em julho.
A avaliação é que partidos que comandam pastas não estão entregando votos –e os que se consideram independentes e até mesmo da oposição, por outro lado, estão votando junto com o governo em algumas matérias.
A situação da União Brasil, que tem três ministérios, é considerada a mais frágil. Isso porque Daniela Ribeiro (Turismo) pediu à Justiça para deixar a legenda, e Juscelino Filho (Comunicações) não tem o apoio de boa parte da bancada.
Já Waldez Goés (Integração Nacional), licenciado do PDT, foi indicado por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e tem sua situação considerada mais confortável pelo governo porque garante voto no Senado.
Membros do Executivo ponderam, no entanto, que nenhuma troca deverá ocorrer num primeiro momento. A ideia é dar celeridade na resolução das críticas dos parlamentares que dizem respeito à execução orçamentária e às nomeações.
Na última semana, de um lado, Lira mostrou força ao governo ao ameaçar com uma derrota retumbante e afirmar que, a partir de agora, ele terá que “andar com suas pernas”.
De outro lado, Lula teve de entrar pessoalmente na articulação política, telefonou para o presidente da Câmara, recebeu o líder da União Brasil, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), e começou a preparar um diagnóstico sobre os problemas das pastas, fazendo um pente fino e tratando diretamente com cada ministro.
Segundo relatos, também ocorreu nos últimos dias uma ofensiva dos ministros Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), dialogando com os demais chefes das pastas para insistir que é preciso dar celeridade às demandas dos parlamentares.
Como a Folha mostrou, Lira avisou a integrantes do Planalto que não irá pautar projetos de interesse do presidente até que os deputados avaliem que o governo ajustou a articulação política e a relação com a Casa.
A avaliação de deputados é que Padilha não tem os instrumentos nem o respaldo necessário para fazer cumprir os acordos que sela com parlamentares.
Por exemplo, não teria autoridade para convencer outros ministros a executarem aquilo que foi acordado.
O Planalto estava recebendo recados, havia ao menos duas semanas, de que havia bancadas dispostas a derrubar a MP da Esplanada pela insatisfação com a articulação política do governo.
Ainda assim, o diagnóstico era o de que ela seria aprovada. No dia em que foi marcada a análise da MP, porém, que seria na última terça-feira (30), o cenário mudou, e bancadas que estavam antes a favor, como PP (49 deputados), União Brasil (59) e Republicanos (41), mudaram de posição.
Juntos, esses partidos têm 149 deputados. O PL, partido de Bolsonaro, tem outros 99 deputados, dos quais boa parte era contrária à medida provisória.
Lira, que antes também estava disposto a ajudar a aprovar a MP, ficou arredio. Pesou o fato de o ministro Flávio Dino (Justiça) ter viajado a Alagoas na semana anterior e não ter chamado o presidente da Câmara para o anúncio da segunda edição do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), assim como críticas que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez a ele.
Ao final, a MP acabou aprovada na Câmara, por 337 a 125, e no dia seguinte, no Senado, por 51 a 19, evitando a perda de validade.
As queixas dos parlamentares também incluem dificuldades para emplacar indicados políticos para cargos do governo e o tratamento dispensado por ministros aos congressistas, com dificuldade para conseguir reuniões.
Embora aliados de Lira tenham agido em consonância com ele, deputados da base avaliam que o governo errou ao não ter enfrentado de forma mais veemente o presidente da Câmara, apostando que a Casa jamais derrubaria a MP. Havia a avaliação de que isso impactaria negativamente a imagem do Legislativo.
O receio de aliados do petista é que, dependendo do que o governo ceder, isso irá significar o fortalecimento excessivo de Lira, o que pode deixar o governo sempre em suas mãos.
Fonte: Bahia Notícias
Damares ironiza maconha encontrada em avião de igreja vinculada a seu tio
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se manifestou sobre o caso da apreensão de 290 kg de maconha em avião da Igreja do Evangelho Quadrangular, que tem seu tio como líder espiritual, e ironizou a situação. Em publicação nas redes sociais nesta terça-feira (30), Damares colocou imagens de um avião, de uma igreja e de um homem, que seria seu “tio”, ligadas a ela, sob a legenda “Entendeu?”.
O avião da Igreja Quadrangular foi apreendido foi apreendido com 290 kg de skunk (maconha potencializada). O ex-deputado federal e pastor Josué Bengtson, tio de Damares, estava como responsável pela aeronave recolhida pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Belém, na manhã deste sábado (27).
A assessoria da senadora Damares Alves confirmou ao Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a ligação familiar com o pastor. Além de sobrinha de Josué, Damares chegou a trabalhar no gabinete do tio na década de 90, quando ele se elegeu deputado federal.
Em nota, a parlamentar destacou que a denúncia sobre a carga de drogas no avião foi feita pela própria Igreja Quadrangular.
Lula e líderes da América do Sul lançam Consenso de Brasília: paz, integração e progresso
Convocados por Lula, os líderes dos países sul-americanos se reuniram em Brasília no dia 30 de maio de 2023 para discutir a cooperação e integração na região
247 — Os líderes sul-americanos reuniram-se na capital brasileira para trocar pontos de vista e perspectivas sobre a cooperação e a integração na América do Sul. O encontro foi realizado a convite do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), buscando fortalecer os laços entre os países vizinhos e promover a paz, a integração e o progresso na região.
Durante o encontro, os líderes reafirmaram a visão comum de que a América do Sul é uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos povos. Comprometeram-se com a defesa da democracia, dos direitos humanos, do desenvolvimento sustentável, da justiça social, do Estado de direito, da estabilidade institucional, da soberania e da não interferência em assuntos internos.
Os líderes concordaram que o mundo enfrenta diversos desafios, como a crise climática, ameaças à paz e à segurança internacional, pressões sobre as cadeias de alimentos e energia, riscos de novas pandemias, aumento das desigualdades sociais e ameaças à estabilidade institucional e democrática. Diante disso, destacaram que a integração regional deve fazer parte das soluções para enfrentar esses desafios compartilhados e construir um mundo pacífico.
A promoção do desenvolvimento econômico e social, o combate à pobreza, à fome, à desigualdade e à discriminação, a igualdade de gênero, a gestão ordenada das migrações, o enfrentamento das mudanças climáticas, a transição ecológica e energética, o fortalecimento das capacidades sanitárias e o combate ao crime organizado transnacional foram alguns dos temas abordados pelos líderes.
Os líderes se comprometeram a trabalhar para aumentar o comércio e os investimentos entre os países da região, melhorar a infraestrutura e logística, fortalecer as cadeias de valor regionais, facilitar o comércio e a integração financeira, superar as assimetrias e eliminar medidas unilaterais. Uma das metas é alcançar uma área de livre comércio sul-americana efetiva.
Além disso, reconheceram a importância de manter um diálogo regular para impulsionar o processo de integração da América do Sul e projetar a voz da região no mundo. Para isso, foi decidido estabelecer um grupo de contato liderado pelos chanceleres, responsável por avaliar as experiências dos mecanismos de integração sul-americanos e elaborar um mapa do caminho para a integração da região. Esse mapa será submetido à consideração dos Chefes de Estado.
Para promover iniciativas de cooperação sul-americana imediatamente, os líderes concordaram em focar em áreas que atendam às necessidades dos cidadãos, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, incluindo os povos indígenas. Essas áreas incluem saúde, segurança alimentar, meio ambiente, recursos hídricos, desastres naturais, infraestrutura, interconexão energética, transformação digital, defesa, segurança de fronteiras, combate ao crime organizado transnacional e segurança cibernética.
Os líderes sul-americanos também planejam se reunir novamente em uma data e local a serem determinados para acompanhar o progresso das iniciativas de cooperação sul-americana e definir os próximos passos a serem tomados. A intenção é manter o compromisso com a paz, integração e progresso da região.
Confira na íntegra
1. A convite do Presidente do Brasil, os líderes dos países sul-americanos reuniram-se em Brasília, em 30 de maio de 2023, para intercambiar pontos de vista e perspectivas para a cooperação e a integração da América do Sul.
2. Reafirmaram a visão comum de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e a não interferência em assuntos internos.
3. Coincidiram em que o mundo enfrenta múltiplos desafios, em um cenário de crise climática, ameaças à paz e à segurança internacional, pressões sobre as cadeias de alimentos e energia, riscos de novas pandemias, aumento de desigualdades sociais e ameaças à estabilidade institucional e democrática.
4. Concordaram que a integração regional deve ser parte das soluções para enfrentar os desafios compartilhados da construção de um mundo pacífico; do fortalecimento da democracia; da promoção do desenvolvimento econômico e social; do combate à pobreza, à fome e a todas as formas de desigualdade e discriminação; da promoção da igualdade de gênero; da gestão ordenada, segura e regular das migrações; do enfrentamento da mudança do clima, inclusive por meio de mecanismos inovadores de financiamento da ação climática, entre os quais poderia ser considerado o ‘swap’, por parte de países desenvolvidos, de dívida por ação climática; da promoção da transição ecológica e energética, a partir de energias limpas; do fortalecimento das capacidades sanitárias; e do enfrentamento ao crime organizado transnacional.
5. Comprometeram-se a trabalhar para o incremento do comércio e dos investimentos entre os países da região; a melhoria da infraestrutura e logística; o fortalecimento das cadeias de valor regionais; a aplicação de medidas de facilitação do comércio e de integração financeira; a superação das assimetrias; a eliminação de medidas unilaterais; e o acesso a mercados por meio de uma rede de acordos de complementação econômica, inclusive no marco da ALADI, tendo como meta uma efetiva área de livre comércio sul-americana.
6. Reconheceram a importância de manter um diálogo regular, com o propósito de impulsionar o processo de integração da América do Sul e projetar a voz da região no mundo.
7. Decidiram estabelecer um grupo de contato, liderado pelos Chanceleres, para avaliação das experiências dos mecanismos sul-americanos de integração e a elaboração de um mapa do caminho para a integração da América do Sul, a ser submetido à consideração dos Chefes de Estado.
8. Acordaram promover, desde já, iniciativas de cooperação sul-americana, com um enfoque social e de gênero, em áreas que dizem respeito às necessidades imediatas dos cidadãos, em particular as pessoas em situação de vulnerabilidade, inclusive os povos indígenas, tais como saúde, segurança alimentar, sistemas alimentares baseados na agricultura tradicional, meio ambiente, recursos hídricos, desastres naturais, infraestrutura e logística, interconexão energética e energias limpas, transformação digital, defesa, segurança e integração de fronteiras, combate ao crime organizado transnacional e segurança cibernética.
9. Concordaram em voltar a reunir-se, em data e local a serem determinados, para repassar o andamento das iniciativas de cooperação sul-americana e determinar os próximos passos a serem tomados.
247
Lula: ‘as mesmas exigências que fazem para a Venezuela não fazem para a Arábia Saudita’
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou posição contrária às críticas ao governo do presidente venezuelano, Nicolas Maduro. “As mesmas exigências que o mundo democrático faz para a Venezuela não faz para a Arábia Saudita. (…) Defendo é que cada país seja soberano nas suas decisões”, disse o petista em Brasília (DF), onde participou de uma reunião com presidentes de países da América do Sul.
Nesta segunda-feira (29), o petista disse que Maduro precisa “construir uma narrativa” para rebater os críticos ao governo venezuelano. “Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo. Você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo”, afirmou.
Lula: “As mesmas exigências que o mundo democrático faz para a Venezuela não faz para a Arábia Saudita. (…) O que eu defendo é que cada país seja soberano nas suas decisões”.
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— GloboNews (@GloboNews) May 30, 2023
Localizada no continente asiático, Mohammed bin Salman, de 37 anos, tem o status de príncipe herdeiro da Arábia Saudita, mas acumula funções como vice-primeiro-ministro, chefe da Corte Real da Casa de Saud (local do poder político na Arábia), ministro da Defesa e presidente do Conselho de Assuntos Econômicos e de Desenvolvimento.
O saudita também foi o mesmo que, em 2021, entregou à família Bolsonaro joias avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões. Policiais federais investigam o caso. De acordo com a legislação, presentes devem pertencer ao Estado brasileiro e não podem ser incorporados a patrimônio pessoal.
PF acha áudios e mensagens de aliados de Bolsonaro que confirmam plano para golpe de estado
Segundo a PF, trama golpista consistia em ataques ao STF, convencer a cúpula do Exército a rejeitar o resultado das eleições e prender o ministro Alexandre de Moraes
247 – Áudios, prints e mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) em arquivos de aliados próximos de Jair Bolsonaro (PL) evidenciam o planejamento de uma trama visando um golpe de estado no Brasil. Segundo o jornal O Globo, a trama “consistia em incitar ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), hostilizar as urnas eletrônicas, convencer a cúpula do Exército a rejeitar o resultado das eleições em 2022 e prender o ministro Alexandre de Moraes, da Corte”.
De acordo com a PF, o plano golpista teria sido articulado pelo major reformado do Exército Ailton Gonçalves Barros, pelo coronel Elcio Franco, ex-número dois do Ministério da Saúde e assessor da Casa Civil do governo Bolsonaro, pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e por um militar ainda não identificado.
Barros e Cid foram presos no dia 3 de maio durante uma operação da PF para apurar suspeitas de fraudes nos cartões de vacinação do ex-mandatário e seus familiares, além de auxiliares próximos.