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Bahia x Grêmio: 17 mil ingressos garantidos para jogo decisivo na Fonte

Foto: Felipe Oliveira/ Divulgação /EC Bahia

A torcida do Bahia vai encher a Fonte Nova na próxima sexta-feira (26) para o jogo contra o Grêmio, válido pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. O clube divulgou na manhã desta quarta (24) que 17 mil ingressos já estão garantidos para o duelo.

O número conta com os associados na modalidade acesso garantido e as entradas que vem sendo vendidas desde a última terça (23) no site da Arena Fonte Nova e na bilheteria do estádio.

Para este jogo, o Bahia anunciou promoção para vender os bilhetes. De acordo com o Tricolor, as entradas de R$ 10 já se esgotaram, mas ainda tem carga disponível nos valores de R$ 15, para cadeira superior, e R$ 25, para cadeira inferior.

Vale ressaltar que é preciso estar vacinado com as duas doses da vacina contra a Covid-19 para entrar no jogo. O protocolo contra a doença permite que apenas 70% da capacidade da praça esportiva esteja à disposição do público.

 

Fonte: Bahia Notícias

‘Vamos seguir conversando’, diz Bruno Reis após rumor sobre PL apoiar Roma ao governo

Foto: Valter Pontes/Secom

Mesmo com a possibilidade do PL apoiar a candidatura do ministro da Cidadania João Roma (Republicanos) ao Governo da Bahia nas eleições de 2022, o prefeito Bruno Reis (DEM / UB) se mostrou otimista em manter a aliança para garantir o apoio do partido ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM / UB) na disputa.

“O PL é um partido que está na nossa base e que eu tenho uma boa relação. Eles inclusive romperam com o grupo que estavam para me apoiar. Estamos ainda a 10 meses das eleições, tem muita água para passar por debaixo dessa ponte. Vamos seguir conversado com todos que compõem a nossa base para construir uma unidade. Meu desejo é poder reunir em torno da candidatura do ex-prefeito ACM Neto todos os partidos que estão em nossa aliança”, disse o chefe do executivo da capital baiana.

De acordo com fontes ouvidas pelo jornal Tribuna da Bahia, o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, teria batido o martelo sobre o apoio do partido no estado. Segundo a publicação, os liberais baianos deverão seguir com Roma, que, ao que tudo indica, será o nome apoiado pela presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro deve se filiar ao PL no dia 30 de novembro.

Incêndio na extrema direita: Ricardo Salles acusa Moro de ser “comunista”, “a favor de droga” e “traidor” (vídeo)

Ricardo Salles e Sergio Moro (Foto: Lula Marques | Alessandro Dantas)

Ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles fez ataques violentos e inusitados contra Moro na Jovem Pan

247 – O ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, bolsonarista radical, fez ataques inusitados ao ex-juiz Sergio Moro, declarado suspeito pelo STF e pré-candidato à Presidência. Foi no programa “Morning Show” da Jovem Pan. Ele afirmou que Moro é “de esquerda”, “comunista”, “a favor de droga” e “traidor” e, finalmente, “tucano”.

Diante das expressões atônitas dos apresentadores e comentaristas, Salles disse: “Moro é a política da dissimulação da traição. Aceitou ser ministro do Bolsonaro sabendo que não tinha nada a ver com o governo. Ele é de esquerda, é contra as armas, a favor de droga, é comunista. O moro é um tucano”. Assista:

 

Salles pediu demissão do Ministério em 23 de junho passado, depois de circular intensamente em Brasília que ele seria preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), de quem era alvo de investigações.

Um inquérito do ministro Alexandre de Moraes, que motivou buscas e apreensão em seus endereços em Brasília e São Paulo, apurava indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira. Um segundo inquérito, conduzido pela ministra Cármen Lúcia, apurava suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele negava irregularidades.

Com a renúncia e a perda do foro privilegiado, os inquéritos foram remetidos à primeira instância.

247

Aras diz que enviará ao STF todo o relatório da CPI da Covid

(Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR | STF | Edilson Rodrigues/Agência Senado)

“Nada do que foi encaminhado à PGR ficará na PGR, tudo será remetido para a Suprema Corte”, afirmou o procurador-geral da República, Augusto Aras

247 – O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que irá encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) todo o relatório e as provas apontadas pela CPI da Covid. “Nada do que foi encaminhado à PGR ficará na PGR. Tudo será remetido para a Suprema Corte”, afirmou Aras em entrevista à GloboNews. O relatório final do colegiado foi entregue à PGR no dia 27 de outubro e recomenda o indiciamento de 78 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro, e de duas empresas por crimes cometidos durante a pandemia e Covid-19 no Brasil.

“Eu pretendo compartilhar todo esse material com o Supremo Tribunal Federal. Nada do que o Senado, nada do que a CPI do Senado – que já foi extinta, é bom que se diga, ela não existe mais. Nada do que foi encaminhado à PGR ficará na PGR, tudo será remetido para a Suprema Corte”, afirmou Aras nesta terça-feira (23).

Ele disse, ainda, que o envio do  material para o STF tem o objetivo de fazer com que “a Suprema Corte exerça também o papel ou a função relevante de controle de legalidade”. “Existem inúmeras provas submetidas à reserva de jurisdição. O Ministério Público não pode quebrar aquilo que se chama de cadeia de custódia em certas provas, que estão reservadas à decisão judicial”, justificou.

Nesta terça-feira, a  Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou um convite para que Aras explique as providências adotadas em relação ao relatório final da CPI da Covid.

247

Bolsonaro confirma ‘casamento’ com o PL com final ‘felizes para sempre’

A única questão ainda não definida para a confirmação da entrada do presidente Jair Bolsonaro nos quadros do PL é o horário do ato de filiação, informou nesta quarta-feira (24) o próprio chefe do Executivo federal. A informação é do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

“Está tudo certo para ser um casamento e seremos felizes para sempre. A princípio, está tudo certo para o dia 30 [próxima terça-feira], por volta das 10h30 da manhã. Não sei se posso fazer nesse horário, que é horário de expediente, mas está tudo certo”, disse Bolsonaro a jornalistas após sair da Câmara dos Deputados, onde foi homenageado com a medalha do Mérito Legislativo.

A matéria lembra que o “noivado” de Bolsonaro com o partido de Valdemar Costa Neto enfrentou problemas porque o chefe do Executivo não aceitou que a sigla mantivesse alianças estaduais que já estavam combinadas. “Acertamos São Paulo e alguns estados do Nordeste. No macro, foi tudo conversado com Valdemar, que é uma pessoa que é conhecida por honrar palavra. E temos tudo pra realmente ajudar na política brasileira”, completou Bolsonaro.

Ao ser questionado sobre a filiação ainda no Salão Verde, da Câmara, Bolsonaro respondeu fazendo o gesto de 22 com as mãos.

Na terça (23), o PL adiantou que Bolsonaro deve se filiar em ato na sede do partido, em Brasília.

A expectativa é de que Bolsonaro concorra à reeleição pelo partido do Centrão. Ele negou que vá interferir em questões como a convocação de parlamentares e aliados. “Quem vai definir sobre filiação é o Valdemar Costa Neto ou alguém indicado por ele”, despistou o presidente.

Daniela lamenta ‘nível’ da Eleição da OAB-BA: ‘Advocacia não merece, nossa classe perde’

Candidata da Eleição da OAB-BA neste ano, em meio a uma campanha marcada por ataques, Daniela Borges lamenta os rumos que a disputa tomou em alguns momentos ao avaliar que “a advocacia baiana não merece esse nível de eleição”. “Fico muito triste porque acho que a advocacia baiana não merece esse nível de eleição, disputa, trazendo inclusive para eleições institucionais práticas de eleições partidárias. Óbvio que isso entristece porque entendo que toda nossa classe perde”, analisou.

“Essa é realmente a parte lamentável da campanha, mas a advocacia baiana dará resposta hoje elegendo nossa chapa que trouxe da fato uma campanha ética, com propostas, sem ofensas à honra e à imagem de ninguém”, sinalizou.

Outro ponto que a candidata lamenta foram os registros de interferência político-partidária e de figuras do Judiciário. Daniela viu essas condutas como “uma tentativa de fazer com que a OAB não seja uma instituição independente que vem sendo na Bahia”.

“Muito triste a gente ver políticos interferindo, pedindo votos para advogados, para determinadas chapas. Claro que a OAB tem que dialogar com todos os poderes, mas com devida distância. Sempre me pergunto o que interessa a um político a interferir nas eleições da OAB? E o que interessa ao presidente de um tribunal? Tudo isso nos deixou preocupados”, afirmou a candidata.

A chapa “União pela Advocacia” conseguiu aglutinar apoio de um grupo que tradicionalmente fazia oposição. O fato fez com que a expectativa de Daniela e do grupo fosse de uma eleição mais tranquila neste ano. Mas não foi o que aconteceu.

“Eu achava que essa eleição seria mais tranquila sim, porque a gente deve esperar da advocacia uma campanha do nível mais alto possível. E também somando todas essas forças que a gente pudesse ter discussão num plano efetivo de projetos e propostas, mas estamos pronto pra o que vier”, afirmou.

A Eleição da OAB em Salvador acontece no Centro de Convenções da cidade, na Orla da Boca do Rio. Participam da disputa para o triênio 2022-2024 Ana Patrícia Dantas Leão (chapa “OAB de Coração”), atual vice-presidente que rompeu com seu grupo e se lançou como candidata; Daniela Borges (chapa “União pela Advocacia”), conselheira federal na OAB Nacional eleita na chapa de Fabrício Castro, que optou em não concorrer pela reeleição e a lançou na disputa; Dinailton Oliveira (chapa “OAB pra Valer”), ex-presidente da Ordem; e Ricardo Nogueira (chapa “Liberta OAB”).

O pleito definirá os cargos de presidente, vice-presidente, secretário-geral, secretário-geral adjunto, tesoureiro, diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados (CAAB), diretorias das Subseções no interior e membros do Conselho Seccional, do Conselho Federal.

Senhor do Bonfim: Homem é preso por usar barbearia como fachada para vender drogas

Um homem que usava uma barbearia para traficar drogas foi preso em Senhor do Bonfim, no Piemonte Norte do Itapicuru, nesta terça-feira (23). Segundo a Polícia Civil, a barbearia funcionava no mesmo imóvel onde o acusado morava.

Na ação, intitulada de “Barber Shop”, policiais da 19ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) e 1ª Delegacia Territorial (DT) encontraram porções de cocaína prontas para a venda. Ainda havia balança, papel alumínio, cartões de crédito, substância em pó branco para misturar com a droga, embalagens plásticas e uma caderneta com anotações do tráfico.

“Cumprimos o mandado de busca e apreensão na residência dele onde também é localizada a barbearia e encontramos o ilícito. Ele foi atuado em flagrante por tráfico de drogas”, relatou o coordenador da 19ª Coorpin/Bonfim, delegado Atílio Tércio.

O barbeiro foi encaminhado para a 1ª DT. Já o material apreendido será encaminhado para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Bahia Notícias

Ivan Valente pede investigação sobre compra de votos de Bolsonaro para eleição de Lira

Deputado do PSOL pede apuração sobre possíveis crimes de responsabilidade e improbidade administrativa que teriam sido cometidos por Arthur Lira e pelo ministro Luiz Eduardo Ramos

Revista Fórum – O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, neste sábado (20). A ação foi movida diante das revelações feitas pelo deputado ex-bolsonarista Delegado Waldir (PSL-GO) de que o governo de Jair Bolsonaro teria comprado votos para a eleição de Lira.

Waldir, que já foi fiel escudeiro de Jair Bolsonaro, listou cifras e disse em entrevista a Guilherme Mazieiro, do The Intercept Brasil, que o governo pagou R$ 10 milhões em emendas por deputado para a eleição do presidente da Câmara, Arthura Lira (PP-AL), e R$ 20 milhões por voto para aprovar a Reforma da Previdência.

Para Ivan Valente, a denúncia de Waldir é “gravíssima” e deve ser apurada pela PGR. “Usar o orçamento público, de forma não transparente, para comprar o parlamento coloca em xeque a independência entre poderes, subverte a democracia, corrompe e fideliza parlamentares e quebra a isonomia”, afirmou.

247

Tucanos tentam fugir de uma escolha terrível

“O adiamento das prévias é na verdade a desculpa para que a decisão seja empurrada com a barriga, ou com a asa da direita que não sabe que via quer da vida”, analisa o jornalista Moisés Mendes sobre a escolha do candidato do PSDB a presidente

O adiamento das prévias do PSDB empurra o partido para o purgatório das suas indecisões. Para muito além das questões técnicas do aplicativo de votação, o PSDB adiou a escolha do candidato de 2022 porque assim enterra a cabeça na areia diante das opções que tem pela frente.

É nesse purgatório, com os tucanos agindo como se fossem avestruzes da terceira via, que o partido ficará acomodado, até que alguns líderes tenham a coragem de definir uma nova data e encarar uma escolha apavorante.

O PSDB apenas fingiu que não sabe fazer uma eleição interna com menos de 45 mil filiados. Porque não queria saber da verdade dessas prévias agora.

Um partido que não consegue dar utilidade a um aplicativo para votação interna, por ser incapaz de fazer a encomenda certa aos desenvolvedores do sistema, não pode achar que tem condições de governar um país com 212 milhões de habitantes.

Mas o PSDB sabia, desde o começo das suspeitas de que o aplicativo não funcionaria direito, que as prévias não seriam completadas. O partido tem medo da realidade no seu futuro imediato.

Os tucanos se comportam como um paciente às vésperas de um exame que deverá ser revelador de notícias ruins. E a notícia ruim viria com Doria ou com Leite.

Por isso o aplicativo não funcionou. Se as prévias tivessem dado certo, eles estariam agora com os olhos arregalados diante do paulista ou do gaúcho, sabendo que os dois são fardos pesados.

Doria, o homem da CoronaVac, ainda não conseguiu capitalizar nada do que o início da vacinação representou como afronta ao bolsonarismo e ao negacionismo e como esforço bem sucedido em favor da saúde pública.

E Eduardo Leite é, pela marca mais recente que leva na testa, o governador que se submeteu às ordens do general Luiz Eduardo Ramos para que levasse um recado a quem seria mais adiante seu adversário nas prévias.

Leite, por fraqueza como político, fracassou na empreitada que lhe foi entregue pelo general de Bolsonaro, para que Doria suspendesse em janeiro o começo da vacinação, enquanto morriam mais de 900 brasileiros por dia.

O tucano gaúcho está marcado como cúmplice de Bolsonaro na tentativa de sabotagem da vacina. E, ao mesmo tempo, fica como alguém frouxo para levar a missão com êxito até o fim, pela própria incompetência como mensageiro.

O PSDB está diante dessas escolhas. Um governador que não empolga com o marketing da sua vacina, e outro que constrange e envergonha por ter tentado boicotar a vacina do colega de partido.

O adiamento das prévias é na verdade a desculpa para que a decisão seja empurrada com a barriga, ou com a asa da direita que não sabe que via quer da vida.

Entre Doria e Leite, é provável até que certos tucanos desejassem mesmo ficar com Sergio Moro, que já melhorou a voz e pode crescer nas próximas pesquisas como candidato de ex-bolsonaristas, fazendeiros, banqueiros, grileiros, milicianos e classe média.

A ressaca é destruidora. A não realização das prévias do PSDB seria apenas um fiasco, se a falha não estivesse no roteiro. A pane não foi programada, mas foi tão desejada que aconteceu na hora certa.

Ninguém vai encontrar, nas notícias com cabos eleitorais dos dois candidatos, alguém que manifeste frustração. Há um sentimento de alívio.

A base do PSDB gostaria que a decisão sobre o candidato fosse no par ou ímpar, ou não teria oferecido apenas 44,7 mil filiados habilitados a votar, num contingente de 1,3 milhão.

Os outros, da imensa maioria que preferiu olhar as prévias com desprezo e ficar de fora da escolha, nem querem saber como usar o aplicativo pifado. Querem mais é aprender a usar o TikTok.

Em “Lula”, uma obra à altura de um personagem fundamental

“O livro não descreve um mito a prova de toda fraqueza mas um Lula humano, demasiadamente humano, até, algumas vezes, apanhado em momentos de dor, sofrimento e dúvida”, escreve Paulo Moreira Leite sobre a biografia do ex-presidente Lula, escrita pelo jornalista Fernando Morais

Com a competência de um repórter que já produziu um conjunto de trabalhos de extrema utilidade para o entendimento do país e nossa época  — Olga, Chatô, Montenegro, A Ilha –, Fernando Morais chega às livrarias com o primeiro volume de “Lula”, biografia prevista para dois volumes.

O livro possui 447 páginas, que se atravessa sem dificuldade, graças a reconhecida  competência do autor em debater questões graves e situações complexas em linguagem clara e sem rodeios.

Capaz de consultar fontes e personagens para depoimentos em primeira mão, além de descrever cenas e situações que muitas vezes acompanhou como testemunha ocular,  Fernando Morais produz o relato de um repórter ocupado com os fatos, os fatos e apenas os fatos. A partir deles sustenta suas opiniões e uma visão de mundo que jamais será escondida do leitor.

Dividido em 17 capítulos, o livro cobre tempos distintos da vida de Lula. Os primeiros capítulos narram sua prisão sob as ordens de Sérgio Moro e a vida na prisão da Polícia Federal em Curitiba, encerrando-se com as revelações de Walter Delgatti, que colocaram a Lava Jato sob suspeita.

Na última parte, Fernando Morais focaliza outro tempo histórico, com décadas de antecedência. Localiza Lula numa de suas grandes decepções — a campanha de 1982, quando imaginava-se favorito na eleição para governador de São Paulo, mas acabou num distante quarto lugar.

O livro não descreve um mito a prova de toda fraqueza mas um Lula humano, demasiadamente humano, até, algumas vezes, apanhado em momentos de dor, sofrimento e dúvida.

A grandeza histórica do personagem, no entanto, funciona como o fio condutor de uma narrativa em torno de um processo que mudou o Brasil nas últimas décadas, quando o país ousou saltos impensáveis em busca de horizontes  que desafiam as potencias do mundo e a sabedoria convencional.

Profissional como mais de meio século de profissão, Fernando Morais acompanhou assembléias sindicais nos anos finais da ditadura, participou pessoalmente de conversas descontraidas nos restaurantes de frango assado nas vizinhanças de São Bernardo, além frequentar o sobradinho modesto onde Lula vivia com Marisa Letícia e os filhos.

O livro lembra a greve  de 1978, primeira após uma década de silêncio imposto pela ditadura de 64, e faz um relato por dentro da  greve do ano seguinte, uma mobilização gigantesca que abriu um novo período na história do país, quando a luta popular abriu passagem para o fim do regime militar.

O livro descreve uma noite inesquecível na qual o movimento daqueles operários enfrentou — e venceu — uma prova de força para o futuro político do país. Depois que uma assembléia gigantesca (“Trinta mil? 40 mil pessoas? Cada um calculava a seu gosto”, escreve) havia aprovado um pedido de reajuste salarial, era preciso garantir que, fábrica por fábrica, a paralisação também fosse aprovada.  Numa noite dramática, “que parecia criança esperando Papai Noel na noite de Natal”, nas palavras de Lula, os informantes foram se revezando no microfone, fábrica por fábrica, até que “desembestou. A paralisação se estendeu por várias cidades fabris do estado”.

Ao contar a história do Partido dos Trabalhadores,  Fernando Morais faz justiça a Mário Pedrosa, intelectual e militante trotskista, queimado na fogueira de vaidades acadêmicas que acompanha as narrativas sobre a construção do partido. “O número 1 do mundo acadêmico a aderir ao partido de Lula foi Mário Pedrosa,” escreve. “Não apenas endossou a criação do PT mas tornou-se um propagandista do que considerava ‘algo que nunca existiu no Brasil, operários construindo seu próprio partido”.

Descrevendo o cotidiano de Lula na cela de Curitiba, o livro relata os detalhes de um episódio pouco conhecido mas que teve um desfecho exemplar. Quando, após uma espera de meses,  os jornalistas Florestan Fernandes Jr, pelo El País, e Monica Bergamo, da Folha, receberam autorização judicial para entrevistar Lula, ocorreu uma operação paralela.

Aliado irredutível de Sérgio Moro e da Lava jato, o portal  Antagonista tentou participar do evento. Considerando sua postura diante de Lula,  o risco de um tumulto destinado a esvaziar aquela que seria a primeira entrevista do ex-presidente após a prisão era uma certeza evidente. Além disso, seria uma ilegalidade, pois ninguém pode ser obrigado a dar uma entrevista quando não deseja — e Lula deixara claro que não queria receber a equipe do Antagonista.

Mesmo assim, nos dias anteriores ao depoimento, a tensão na sede da Polícia Federal em Curitiba era grande. “O superintendente da Polícia Federal, Luciano Flores, autorizou que os nomes vetados por Lula participassem da entrevistas,” escreve Morais, que publica as mensagens firmes, corajosas, que Monica Bergamo enviou ao delegado, na véspera do encontro com Lula.

“Estão induzindo a PF a erro e tentando viabilizar a entrevista”,escreve a jornalista.” Mas isso não vai ocorrer porque a lei garante o direito dele de falar apenas com quem quiser. Sem platéia”.

Com sua entrevista pioneira, Florestan Fernandes Jr e Monica Bergamo cumpriram um papel essencial para restituir um direito constitucional a Lula e todos os brasileiros e brasileiras — a liberdade de expressão. Outras entrevistas vieram, impedindo que Lula sofresse um segundo castigo, após uma prisão ilegal — mofar esquecido na cadeia.

Ao contar o episódio em seus detalhes, Fernando Morais ajuda a lembrar que, sob  temperatura desfavorável,  mesmo direitos elementares só podem ser assegurados com luta.

Alguma dúvida?

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