De acordo com a ministra do STF, Bolsonaro pode ter cometido crime de natureza eleitoral, utilização ilegal de bens públicos e atentado contra a independência de poderes da República

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia enviou nesta quarta-feira (4) à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de parlamentares do PT para a abertura de uma investigação sobre Jair Bolsonaro. Os parlamentares querem que o chefe do governo seja investigado por suas declarações dadas em transmissão ao vivo na semana passada na qual disseminou informações falsas sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.

De acordo com a magistrada, as acusações feitas pelos parlamentares são “graves” e as declarações de Bolsonaro “podem, em tese, configurar crime” de natureza eleitoral, utilização ilegal de bens públicos e atentado contra a independência de poderes da República.

Os parlamentares quem saber se:

  • houve improbidade administrativa pelo uso da TV Brasil para transmitir a live, ou seja, se foram usados recursos públicos pelo presidente para atacar adversários políticos e o Tribunal Superior Eleitoral;
  • houve propaganda eleitoral antecipada;
  • houve abuso de poder político e econômico;
  • houve “prática de crime de divulgação de fake news eleitoral”

Também nesta quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes recebeu a notícia-crime encaminhada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, contra Jair Bolsonaro pelas acusações de fraude que ele fez contra as urnas eletrônicas.

Mesmo admitindo não ter provas de fraudes em eleições anteriores, Bolsonaro colocou em questão o sistema eleitoral, atacando até mesmo o ministro Luís Roberto Barroso.

Na esteira da desinformação acerca do processo eleitoral, Bolsonaro ainda vem ameaçando impedir a realização da eleição de 2022 caso o voto impresso, principal bandeira de seu governo atualmente, não seja colocado em prática.

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