Defendendo união entre esquerda, Huck e Doria; Jean Wyllys estuda fake news e diz que BBB sempre foi político

Imagens de As artes visuais são a sua grande paixão. “Há recalques que só elas podem iluminar”, afirma o artista autodidata Jean Wyllys, que se dedica à criação de desenhos e ilustrações sempre que consegue uma brecha em sua agenda. Focado em uma pesquisa de doutorado sobre “a articulação das fake news com discursos de ódio e os impactos desses discursos nos processos eleitorais e modo de vida das minorias”, na Universidade de Barcelona, Jean está imerso em uma realidade próxima-distante, que possibilita uma visão mais nítida sobre o Brasil: “vivo nadando de um aquário mais seguro para outro, até que eu possa voltar para o meu, livre da sujeira e dos predadores que dele estão tomando conta.” Ele decidiu exilar-se na Europa após vencer as eleições para um terceiro mandato como deputado federal, em 2018, ano em que, sua correligionária de PSOL, Marielle Franco foi assassinada e as ameaças de morte a Jean só aumentavam, obrigando-o a viver sob escolta policial. Desde que descobriu sua verve política ainda na adolescência — na cidade de Alagoinhas, Bahia, ao integrar o movimento pastoral da igreja católica local — sua vida foi um turbilhão: a começar pela participação em um dos programas mais populares da televisão brasileira, o Big Brother Brasil, do qual saiu como vencedor, passando pelo seu trabalho como ativista das causas LGBTQIA+, até chegar a deputado federal pelo PSOL. Filho de um pintor de automóveis e de uma trabalhadora doméstica, ele afirma que a democracia brasileira, construída a partir da Constituição de 1988, “ampliou a possibilidade para que muitos de nós — eu, inclusive — entrássemos para nos sentar à mesa e negociar condições de vida mais dignas e liberdades para todos e todas nós”.

Fonte: ECOA