O Ministério das Relações Exteriores, comandado pelo olavista Ernesto Araújo, distribuiu apostilas aos Centros Culturais Brasil no exterior com frases críticas ao ex-presidente Lula, ao MST, aos governos da Argentina e a cabelos não-alisados. Entre as frases que podem ser lidas estão “se o MST se apropriar das nossas terras, nunca mais conseguiremos reavê-las”. A denúncia partiu da jornalista Júlia Dolce, da Agência Pública

Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O Ministério das Relações Exteriores, comandado pelo olavista Ernesto Araújo, distribuiu apostilas aos Centros Culturais Brasil no exterior com frases críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, aos governos da Argentina e a cabelos não-alisados. A denúncia partiu da jornalista Júlia Dolce, da Agência Pública. Ela recebeu o material de uma professora que atua nas embaixadas, mas está disponível no site da Rede Brasil Cultural, departamento educativo do Itamaraty.

Entre as frases que podem ser lidas estão, “Se o MST se apropriar das nossas terras, nunca mais conseguiremos reavê-las”. Outra frase aponta corrupção em Lula, condenado sem provas, porém o material deixa a opção “eu não teria votado nele”.

Ao abordar a beleza, a apostila afirma: “Se ela alisasse o cabelo, ela ficaria mais bonita” e “Se as mulheres não abortassem não haveriam tantas clínicas de aborto clandestinas”.

No caso do país vizinho, o material diz que “A Argentina empobreceu durante a última década”.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, o Itamaraty reconheceu que o material “não se coaduna com as diretrizes estabelecidas pelos guias curriculares” e, por consequência, foi “prontamente retirado da página eletrônica da Rede Brasil Cultural”.

A série de livros “Só Verbos” estava disponível na página da Rede Brasil Cultural, da Divisão de Promoção da Língua Portuguesa do Ministério das Relações Exteriores. A autora, Airamaia Chapina, afirmou que não foi contratada para fazer as apostilas nem contactada para a sua divulgação. O material data da década passada, disse.

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