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:: 16/abr/2019 . 22:57

Fiocruz desenvolve teste para diagnosticar zika em 20 minutos

Método desenvolvido em Pernambuco é 40 vezes mais barato que o convencional. Previsão é de que kit chegue a postos de saúde até o fim do ano, beneficiando principalmente cidades afastadas dos grandes centros.

Brasil teve 8.680 diagnósticos de zika em 2018. Mosquito Aedes aegypti é um dos transmissores do vírus

Exames para identificar infecção pelo vírus zika devem em breve poder ser feitos em apenas 20 minutos. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco desenvolveram um método simples e 40 vezes mais barato que o tradicional.

A expectativa é que ele chegue a postos de saúde até o fim do ano, beneficiando principalmente os municípios afastados dos grandes centros, onde o resultado do teste pode demorar cerca de duas semanas.

“Tendo em vista que a técnica atual (PCR) é extremamente cara e o Brasil tem poucos laboratórios de referência que podem realizar o diagnóstico de zika – até um tempo atrás eram apenas cinco, inclusive a Fiocruz de Pernambuco -, uma cidade pequena, no interior do estado, acaba prejudicada. A amostra precisa sair do interior, ir para a capital para ser processada, enfim, se pensarmos nesses municípios, o resultado pode demorar 15 dias”, destaca o pesquisador Jefferson Ribeiro, um dos criadores da técnica.

Outra vantagem do novo teste é que ele pode ser feito por qualquer pessoa nos posto de saúde, pois não exige treinamento complexo. Com um kit rápido, basta coletar amostras de saliva ou urina, misturar com reagentes em um pequeno tubo plástico e, em seguida, aquecer em banho-maria. Vinte minutos depois, se a cor da mistura ficar amarela, está confirmado o diagnóstico de zika, se for laranja, o resultado é negativo.

Hoje, o teste PCR, com reagentes importados, é feito com material genético retirado das amostras, o que demora mais. Além disso, o teste atual custa em torno de 40 reais, valor que deve baixar para 1 real com a nova técnica.

O teste elaborado pela Fiocruz Pernambuco é também mais preciso, apontando a doença mesmo em casos que não foram detectados pela PCR. A expectativa dos pesquisadores é que o kit seja desenvolvimento pela indústria nacional. O novo modelo foi desenvolvido no mestrado em Biociências e Biotecnologia em Saúde da Fiocruz.

A fase inicial do estudo, realizada com mosquitos, e não secreções humanas, foi desenvolvida pelo mestrando Severino Jefferson, com a orientação do pesquisador Lindomar Pena e a participação de outros pesquisadores da Fiocruz PE. Os resultados dessa etapa forampublicados ena revista Nature – Scientific Reports.

O número de casos de zika vem diminuindo nos últimos anos. No entanto, o Brasil ainda teve 8.680 diagnósticos em 2018 (em 2017 foram 17.593), com maior incidência nas regiões Norte e Centro-Oeste. O vírus é transmitido principalmente por picadas de mosquito, mas também durante a relação sexual desprotegida e de mãe para filho, na gestação. Provoca complicações neurológicas como a microcefalia e a Síndrome de Guillain Barré.

Fonte: DW

 

Como seria a “barganha judicial” defendida por Moro

Um dos pontos do pacote anticrime prevê a possibilidade de acusado ser declarar culpado para não se submeter a longo processo e ter pena mais branda. Na Alemanha e nos EUA, modelos similares estão sob escrutínio.

De um lado a acusação querendo evitar um longo processo. Do outro, o réu com o intuito de diminuir a pena. A fórmula para um acordo, em teoria, parece simples, mas gera debates em diferentes sistemas jurídicos.

Previsto no pacote anticrime, bandeira do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o instrumento de negociação de pena conhecido como “plea bargain” (pedido de barganha) já existe em formatos similares nos Estados Unidos e na Alemanha, onde os resultados são questionados por juristas. No Brasil, também é inicialmente visto com cautela por especialistas consultados pela DW.

O que o projeto de Moro prevê é uma solução negociada entre acusado e acusadores. Nesta “barganha”, o réu pode se declarar culpado após ser denunciado para não se submeter a um longo processo. Ele cumpre exigências como devolução de dinheiro fruto do crime e prestação de serviço comunitário, e tem a pena reduzida até a metade, dependendo do acordo.

Nesse modelo que o ministro do presidente Jair Bolsonaro tenta impulsionar, os promotores, além disso, não precisam colher provas para acusação, e a negociação ainda permite a aplicação de pena privativa de liberdade.

Diferente da delação

Um dos objetivos da proposta de acordo, segundo Sérgio Moro, é acelerar soluções judiciais e assim diminuir despesas da Justiça com longos processos criminais. Para alguns juristas, esse tipo de solução pode estar apenas transferindo a despesa de pagador.

“O ‘plea bargain’ resulta em mais casos solucionados, mas isso não necessariamente em economia. Você vai ter casos terminando mais rápido, mas também terá pessoas sendo encarceradas mais rápido e isso provoca um custo ao sistema prisional. Basta ver o que acontece nos EUA, que têm a maior população carcerária do mundo e é onde mais de 90% são concluídos com acordo judicial”, diz Fabio Roberto D’Avila, advogado criminal e professor titular da Escola de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUC-RS.

Outro ponto abordado por D’Avila é que um modelo de negociação na Justiça brasileira possa pressionar pessoas inocentes a procurar acordos.

“O acordo é um instituto estranho à tradição jurídica brasileira e isso interfere no modo como o sistema processual é pensado. Ademais, o sistema penal brasileiro é muito instável. É difícil prever o resultado de uma ação. Nesse cenário, um acordo torna-se mais conveniente para o sujeito culpado do que para o inocente. O culpado vai fazer o acordo. O inocente, por sua vez, terá diante de si uma difícil decisão: tentar provar a sua inocência, correndo o risco de sofrer pesadas penas, em caso de insucesso, ou submeter-se ao acordo embora sem ter culpa”, diz D’Avila.

O modelo proposto por Moro é diferente da colaboração premiada, bastante usada nas investigações da operação Lava Jato. Na negociação por barganha o réu pode ser poupado de uma denúncia, algo que não ocorre na  colaboração premiada, quando o réu ainda precisa delatar outras pessoas envolvidas.

“A principal diferença é que na colaboração premiada, além de confessar, o colaborador tem que ajudar na investigação, dando informações a respeito de outras pessoas envolvidas na atividade criminosa e auxiliando na recuperação do dinheiro desviado ou no resgate de uma vítima, por exemplo. No ‘plea bargain’, o que se busca é simplesmente dar celeridade e eficiência ao julgamento, de modo que basta o réu confessar seu próprio crime para receber um benefício. Em razão dessa diferença, na colaboração o acusado pode receber um ‘prêmio’ maior do que no plea bargain”, explica Felipe De-Lorenzi, doutorando em Ciências Criminais pela PUC-RS, com estágio de pesquisa na Universidade Humboldt, de Berlim.

Apoio de juízes

Para De-Lorenzi, não fica claro no projeto se o Brasil seguirá o modelo americano. Ele opina que ainda falta discutir mais o projeto com a sociedade.

“Acredito que deve haver uma discussão mais ampla e longa sobre o acordo, em que sejam chamados para debater acadêmicos, juízes, promotores e advogados e em que sejam analisadas as experiências internacionais e os dados empíricos. A incorporação do acordo ocasionará uma mudança estrutural grande em nosso sistema, cujas consequências são difíceis de prever. Portanto, o debate deve ser feito com muita calma e cuidado”, afirma o doutorando em Ciências Criminais pela PUC-RS.

Apesar das críticas de juristas, a proposta de implantação do modelo de negociação em ações penais recebe apoio de juízes no Brasil. Uma pesquisa recente feita pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) mostrou que cerca de 90% dos juízes do país apoiam a iniciativa de incorporar o “plea bargain” no Código de Processo Penal (CPP).

Um acordo de não persecução, quando não há denúncia criminal, já era citado por um projeto de lei (PL 10372/2018) que tramita na Câmara desde junho do ano passado, este apresentado por uma equipe de juristas, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Há algumas similaridades entre os dois projetos. No projeto atual é permitido o acordo sem denúncia para casos criminais em que a pena máxima não seja acima de quatro anos. O projeto de Moraes envolve casos com pena mínima até quatro anos quando, ambos os casos quando não houver violência ou grave ameaça à vítima.

Em março, no meio de uma crise entre Planalto e Câmara, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou a semelhança entre os projetos para criticar publicamente Moro. Ele chamou o projeto do ex-juiz de “copia e cola” da proposta do ministro Alexandre de Moraes.

O pacote já era alvo de pressões no Congresso e por isso foi apresentado sendo repartido em três projetos. Um com alterações no Código Penal, que prevê o plea bargain; o segundo tipificando crime de Caixa 2; e um terceiro determinando que o julgamento de crimes comuns conexos ao processo eleitoral seja realizado pela Justiça comum.

Os acordos nos EUA e na Alemanha

Esse modelo de negociação em processos criminais tem origem no sistema jurídico americano. Nos EUA, a maior parte dos processos criminais não chega a ir a julgamento, são resolvidos com acordos.

Já na Alemanha, por exemplo, esse tipo de acordo é aplicado de forma diferente dos EUA. Os dois países diferem sobre como o crime praticado pode ser negociado, explica o advogado alemão Uriel Möller, doutor e pesquisador de direito penal que estuda acordos na Justiça.

“Na Justiça alemã, o fato não pode ser negociado. Por exemplo, um crime de latrocínio não pode ser tratado como roubo por promotoria e acusados. Isso seria uma distorção não apenas da Justiça, mas da verdade. Nos EUA se discutem os fatos”, diz Möller, que ainda cita que na proposta brasileira não fica claro se o tipo de crime pode ou não ser negociado.

Incluído na legislação alemã desde 2009, o “plea bargain” foi confirmado quatro anos depois pelo Tribunal Constitucional. Isso não impediu que o modelo de encerramento de processos por negociação não sofresse críticas.

Em 2014 a Justiça do estado da Baviera fez um acordo com o então chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, acusado de subornar o funcionário de um banco num negócio sobre a venda dos direitos comerciais da modalidade. Ele pagou multa de 100 milhões de dólares e ficou livre de acusação e qualquer outro tipo de punição.

Na época, a ex-ministra da Justiça da Alemanha Sabine Leutheusser-Schnarrenberger chegou a chamar o caso de “descaramento”. A idade avançada de Ecclestone, então com 83 anos, e a dificuldade de obter provas concretas do suborno fizeram a promotoria optar por um acordo. Para juristas e opinião pública, a multa não serviu de pena ao bilionário.

Críticas a esse modelo e também a falta de controle sobre os acordos fizeram com que o Ministério da Justiça da Alemanha iniciasse uma ampla pesquisa com juízes, promotores, advogados e sociedade sobre o “plea bargain”. Desde junho de 2018, pesquisadores de três universidades alemãs (Düsseldorf, Frankfurt e Tübingen) coletam material de entrevistas e analisam juridicamente como acordos em casos criminais são aplicados. A coordenação da pesquisa informou à DW que os primeiros resultados devem ser divulgados em junho do ano que vem.

Fonte: DW

Um alerta contra a extinção da humanidade

Ativistas do clima bloquearam pontes e ruas de Londres, Berlim e outras cidades do mundo nesta segunda-feira (15/04) em uma ação coordenada da chamada Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção), movimento ambientalista que tem o apoio de intelectuais como Noam Chomsky e Naomi Klein.

Protesto do grupo ambientalista “Extinction Rebellion” durante a Semana da Moda em Londres, em fevereiro

Foram anunciadas duas semanas de protestos em 80 cidades de 33 países, com a mensagem de que, a menos que se adotem medidas imediatas contra as mudanças climáticas, a própria humanidade corre risco de extinção.

Em Londres, várias ruas do centro foram bloqueadas nesta segunda, e mais de cem pessoas foram presas. Milhares de manifestantes se posicionaram na Ponte de Waterloo, no Marble Arch (Arco de Mármore), na Praça de Parlamento e no Oxford Circus para exigir medidas urgentes contra as mudanças climáticas. Policiais começaram a deter ativistas à noite para tentar liberar a Ponte de Waterloo, e, na manhã desta terça, mais manifestantes se juntaram aos que resistiram no local.

Em Berlim, cerca de 200 integrantes do movimento e de outras iniciativas ambientalistas bloquearam a ponte Oberbaumbrücke. Das 16h30 (hora local) às 18h30, eles se sentaram em rodas sobre as pistas da famosa ponte que cruza o rio Spree, considerada um dos marcos da capital alemã.

Cerca de 400 policiais foram enviados ao local e bloquearam os acessos à ponte. Em vez de deixar a ponte voluntariamente, grande parte dos ativistas se deixou carregar por policiais até o próximo cruzamento. Ninguém foi preso.

Nesta segunda, também houve manifestações em cidades como Heidelberg, Lausanne, Madri e Melbourne.

Estado de emergência

A Extinction Rebellion surgiu no ano passado, quando milhares de manifestantes tomaram as ruas de Londres. Desde então, os “Rebeldes da Extinção” do Reino Unido ocuparam pontes sobre o Tâmisa e tiraram suas roupas no Parlamento Britânico. E o movimento deles se expandiu para mais de 30 países ao redor do mundo.

A Extinction Rebellion da Alemanha se reuniu pela primeira vez em dezembro passado. Eles contam com centenas de membros e realizam reuniões regulares e eventos de treinamento. Eles se organizam via mídia social, reúnem-se em centros comunitários e cafés e fazem palestras em casas noturnas.

Ativistas próximos ao Marble Arch, em Londres, nesta terça-feira

Assim como aestudante Greta Thunberg – líder do movimento Fridays for Future e que disse a líderes políticos que quer que eles ajam como se a casa estivesse em chamas –, a Extinction Rebellion acredita que o medo é a única coisa que motivará mudanças grandes o suficiente para dar ao mundo uma chance de sobrevivência.

“Esta é a nossa última oportunidade, é sério. É uma emergência”, diz Virginie Gailing, designer francesa e ativista do grupo que vive em Berlim.

“As emissões ainda estão subindo, e por isso precisamos suspender a vida normal”, diz Nick Holzberg, que trabalha em tempo integral para a Extinction Rebellion em Berlim. “A única maneira de fazer isso é a desobediência civil pacífica.”

O movimento exige que os governos declarem uma “emergência climática”, a fim de entrarmos em um modo de crise em que todas as atividades são suspensas para fazer da proteção climática uma prioridade.

Mais concretamente, os ativistas querem que os governos se comprometam com a neutralização do carbono até 2025 – em vez de meados do século, como a União Europeia e muitos governos nacionais almejam atualmente.

Ativistas da “Extinction Rebellion” tiram a roupa no Parlamento britânico, no início de abril de 2019

Com pouca fé de que governos irão tomar essa ação radical sozinhos, a Extinction Rebellion também exige uma “assembleia popular” para supervisionar a transição.

A iniciativa busca inspiração no Movimento dos Direitos Civis dos EUA e no movimento de não cooperação liderado por Mahatma Gandhi, em que mais de 60 mil cidadãos foram presos na luta pacífica pela independência da Índia.

Dezenas de “rebeldes da extinção” já foram detidos no Reino Unido e podem ser sentenciados à prisão. E para muitos deles, esse é o objetivo. Líderes ativistas do movimento argumentam que, com cidadãos comuns atrás das grades, a mídia, os governos e o público em geral serão forçados a prestar atenção.

“Temos que ser presos, pois acho que nada vai mudar até que violemos a lei pacificamente”, diz Holzberg.

Para além da ação individual

A Extinction Rebellion diz que cada vez mais pessoas se juntam a ela porque o movimento oferece uma mensagem contundente e admite que tirar a humanidade de seu curso de autodestruição irá exigir mais do que reciclagem, comer menos carne e abrir mão de carros.

“O que eu posso fazer individualmente não basta”, diz Gailing. “Tento não comprar nada novo, o que é incomum para um designer, tento limitar meu impacto. Mas temos que agir coletivamente para causar um impacto grande o suficiente para evitar um desastre.”

A ativista admite estar pessimista em relação ao futuro do planeta. Os “rebeldes da extinção” afirmam que a humanidade está numa encruzilhada: ou se resigna à extinção ou se une pelo futuro.

“Tenho acompanhado a ciência do clima há alguns anos e tenho enormes dificuldades emocionais para processar o que está acontecendo”, diz Hal Zabin, trabalhador norte-americano de 56 anos que mora em Berlim há 30 anos e participará dos protestos desta semana.

“Fazer algo de fato sobre a situação em uma comunidade, com uma cultura imensamente positiva e inclusiva, trouxe uma nova força para mim.”

Bernie Sanders, o milionário que enfrenta milionários

Autodeclarado socialista e a favor de mais impostos para ricos, pré-candidato à presidência divulga seus rendimentos dos últimos dez anos e se revela milionário. Democrata convoca Trump a também divulgar sua fortuna.

Senador Bernie Sanders fez fortuna com vendas de livro publicado após corrida presidencial de 2016

O senador Bernie Sanders, pré-candidato democrata na corrida presidencial de 2020 e um autodeclarado socialista – que defende políticas para aumentar impostos para milionários e bilionários e critica a desigualdade de renda nos EUA – divulgou suas declarações de imposto de renda dos últimos dez anos, que comprovam seu status de milionário.

Sanders entrou para o clube dos milionários com o dinheiro ganho com seu livro Our Revolution: A Future to Believe In (Nossa Revolução: Um Futuro para Acreditar, em tradução livre), publicado pouco depois de concorrer ao posto de candidato democrata à Presidência em 2016, quando foi derrotado por Hillary Clinton.

De acordo as declarações divulgadas pela campanha de Sanders, o democrata e a esposa tiveram juntos um rendimento bruto ajustado (adjusted gross income) de 561.293 dólares em 2018, de 1.131.925 de dólares em 2017, e de 1.062.626 de dólares em 2016 – valor consideravelmente acima dos 240.622 dólares mostrados na declaração de 2015.

“Essas declarações fiscais mostram que nossa família tem tido sorte. Sou muito grato por isso, pois cresci numa família que viveu de salário em salário e conheço o estresse da insegurança econômica”, disse Sanders num comunicado. “Considero que pagar mais impostos à medida que aumenta minha renda é tanto uma obrigação como um investimento em nosso país.”

Na semana passada, o senador havia revelado que sua fama literária nos últimos anos o colocou no topo da lista de indivíduos de alta renda.

“Isso [o dinheiro] vem de um livro que escrevi, um livro muito bom”, disse Sanders à emissora Fox News na segunda-feira (15/04). “Se alguém acha que eu deveria me desculpar por ter escrito um livro best-seller, me desculpa, não vou fazer isso.”

Sanders se recusou a divulgar suas declarações completas de imposto de renda quando disputou a nomeação do Partido Democrata na corrida presidencial em 2016. Na época, divulgou apenas a declaração para o ano fiscal de 2014. Desde então, Sanders publicou três livros e conquistou reconhecimento como político.

O senador de Vermont aparece novamente como um dos principais candidatos para a disputa em 2020, mas agora terá de administrar a incompatibilidade de décadas de retórica sobre milionários e bilionários americanos e sua recém-adquirida posição na sociedade dos Estados Unidos.

Ao lembrar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assiste ao canal Fox News, Sanders aproveitou a oportunidade para repreender o magnata por não ter divulgado suas declarações. “Presidente Trump, minha esposa e eu acabamos de divulgar dez anos – por favor, faça o mesmo”, disse.

Trump quebrou uma tradição de décadas ao não divulgar sua declaração de imposto de renda na corrida presidencial de 2016. O magnata do setor imobiliário alegou que sua declaração estava sob auditoria – o Internal Revenue Service (IRS), porém, declarou que isso não impede sua divulgação.

Desde que assumiram o controle da Câmara dos Deputados em janeiro, os democratas têm apontado para a questão das declarações de renda não divulgadas de Trump e citaram uma lei pouco conhecida que permite ao Congresso revisar os rendimentos de qualquer pessoa para realizar uma investigação.

Os democratas especulam que Trump ou não é tão rico quanto afirma – o índice Bloomberg Billionaires avalia seu patrimônio em 2,8 bilhões de dólares – ou tem laços comerciais no exterior que podem comprometer sua independência.

No sábado passado, parlamentares democratas deram às autoridades tributárias um prazo final até 23 de abril para entregar as declarações de imposto de renda de Trump, mas ficou incerto se o órgão público vai cumprir a solicitação.

Fonte: DW

O atrevimento do Ajax

Na base do clube holandês cultivam uma arrogância futebolística no bom sentido: somos o Ajax e este é o nosso estilo. É preciso ser valente. E essa atitude deu como fruto gerações de jovens atrevidos

Muitos surpreenderam-se com o atrevimento desses jogadores que golearam o Real Madrid e encararam de igual pra igual a Juventus de Cristiano Ronaldo. A tomada de assalto ao Santiago Bernabéu não foi uma exceção, porque jogar com ousadia e ímpeto ofensivo faz parte de seu DNA. O Ajax tem um estilo de jogo inquebrantável, que conta com a lealdade a ferro e fogo de sua torcida, orgulhosa da valentia do time, mas também é fiel a um modelo de administração. O clube está acima de tudo, no campo e nos bastidores. São conscientes da necessidade de dar passos à frente do resto no que diz respeito ao planejamento esportivo, porque esta equipe é provavelmente a vitrine mais visada pelos gigantes endinheirados da Europa. No momento que constataram a evolução de Frenkie de Jong, há dois anos, logo trataram de identificar um substituto. O mesmo ocorre com os treinadores, que não tomam decisões sobre contratações porque vêm e vão, enquanto o clube se obriga a preservar sua estratégia de longo prazo.

Quando eu trabalhava no Maccabi Tel Aviv e contratamos o técnico Peter Bosz depois de perdermos Slavisa Jokanovic para o Fulham, no meio da temporada 2015-16, éramos plenamente conscientes de que seu nome encabeçava a lista de substitutos de Frank de Boer caso ele decidisse deixar o Ajax. Assim que sua saída foi oficializada, sabia que seria questão de tempo para receber o telefonema dos dirigentes holandeses dispostos a pagar a cláusula de rescisão que estipulamos em seu contrato. Bosz durou somente uma temporada em Amsterdã, porque o Borussia Dortmund lhe abriu as portas após levar a equipe à final da Liga Europa contra o Manchester United.

Essa geração de jovens que cativou os amantes do futebol já despontava naquela final europeia, mas o Ajax acumula vários anos imerso na contradição de chamar a atenção no continente sem necessariamente converter esse brilho em títulos. Não ganham o Campeonato Holandês há cinco temporadas. A pressão doméstica os obrigou a retificar a estratégia de recrutar apenas jovens promessas, apostando alto também em nomes mais experimentados nas grandes ligas e conhecedores do futebol local, como Dusan Tadic ou Daley Blind.

A combinação entre juventude e experiência equilibra um modelo que recuperou o elemento vencedor e agora aspira conquistar novamente a liga holandesa. E conta com finanças saneadas graças a boas operações de venda como a de De Jong, para o Barcelona, sem necessidade de se desfazer de meio time titular e oferecendo a jogadores tentados por outros destinos cifras equiparáveis às da Premier League ou La Liga. Que ninguém se deixe enganar. Quando julga pertinente, o Ajax não hesita mostrar que um jogador é inegociável.

Muita gente me pergunta se este Ajax é uma homenagem a meu pai. Sinceramente, não me atreveria a tanto. O melhor tributo que puderam oferecer foi batizar a Johan Cruyff Arena com seu nome. Mas, sim, há elementos desta equipe que faziam parte de seu credo futebolístico: estilo, base, juventude, valentia e gestão nas mãos de ex-jogadores, representada agora na figura do diretor-geral, Edwin Van der Sar, ou do diretor-executivo, Marc Overmars, e, em um passado recente, Dennis Bergkamp como auxiliar ou Wim Jonk nas categorias de base. Estou seguro de que ele se sentiria orgulhoso desta geração que desbancou a Juventus em seus domínios do mesmo jeito que tem feito até agora: sem medo.

*Jordi Cruyff é filho do ex-jogador holandês Johan Cruyff, treinador do Chongqing Lifan, da China, e colunista de futebol do EL PAÍS.



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